Adoro o verão carioca.
Delicio-me com o suor escorrendo
pelas costas a descer até o fiofó, as gotículas pingando da testa a molhar os
papéis em minha mão, a camiseta colada ao corpo não tão sarado, a falta de
concentração para ler um livro ou escrever um mísero texto caso não esteja em
ambiente refrigerado, a sede permanente, o nariz seco depois de uma noite sob o
ventilador ligado no máximo (ou do ar-condicionado, ainda melhor), a cama
empapada, a porqueira do repelente a proteger de doenças terceiro-mundistas, os
índices estratosféricos dos raios UV calcinando a pele, a indefectível falta
d’água e cortes de luz por obra de políticos incompetentes e corruptos, o
superfaturamento da cervejinha e do refrigerante nas praias permanentemente
lotadas a qualquer hora do dia, os apresentadores de telejornais e os
meteorologistas rindo não sei de quê a anunciarem mais um dia de “maçarico
ligado”.
Fora isso, sou tarado pelo verão
carioca.
Comentários