Primeiro, o
governo federal decide extinguir o Ministério da Cultura. Por pressão externa,
de artistas e gestores, volta atrás. Depois, o governo do estado do Rio de
Janeiro decide extinguir a Secretaria de Cultura. Por pressão de artistas e
gestores, volta atrás. Se você sair às ruas e fizer uma enquete com a
população, é batata que a esmagadora maioria dirá ser a favor do extermínio da
Cultura como elemento importante para o pleno exercício da cidadania, como alvo
de políticas públicas. Não mata a fome, em resumo. É o supérfluo, a eterna
cereja do bolo. Não “serve” para nada. A galera não relaciona Cultura e
democracia, embora uma não viva sem a outra. E falo de Cultura enquanto
interpretação do mundo, ou melhor, interpretações do mundo, da diversidade de manifestações
ao redor de um mesmo tema, da pluralidade de pensamento, de valores. O ser
humano só é humano porque é moldado e molda sua realidade, porque a interpreta
através dos óculos da cultura. Cultura não é gasto, é investimento. Oxigena
nossa sociedade, cada vez mais autoritária e intolerante.
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