Então você tá batendo cabeça em frente à televisão lá
pela meia-noite. É a trocentésima vez que rola aquele episódio de Breaking Bad,
embora você não canse de ver, afinal, você gostaria de ser o Walter White
(vulgo Heisenberg), mas o sono fala mais alto. Desliga a televisão, escova os
dentes, coloca o pijama e puxa a colcha. Então, para variar, percebe que a gata
(felina) está muito bem acomodada na quina da cama, do seu lado da cama, não do
lado da digníssima gata (humana).
O que você faz? Perturba o descanso merecido da gata?
Deita-se debaixo das cobertas e lhe vai empurrando, devagarzinho, até ela se
mancar e procurar outro canto pra ronronar? Deita-se embaixo das cobertas e se
encolhe do jeito que dá, afinal, quem chegou primeiro tem a preferência?
Acertou quem escolheu a última opção. Minha coluna,
hoje, não existe. Ah, sem falar no caçula que, lá pelas cinco da matina, começa
a miar fininho, a tocar o terror na casa até o vovô (eu) se levantar e botar
mais ração, o papai (Miguel) roncando o sono dos justos.
Mesmo assim, ainda vale aquela frase de camiseta: “Gatos
me fazem feliz, você nem tanto”.
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