Ódio ao macho

O machismo institucionalizado é responsável pelo embrutecimento do pretérito sexo frágil, o que, claro, não é algo a ser louvado. Igualar-se na má-educação como uma forma de proteger-se de possíveis grosserias, tipo assobios e “gracinhas” pornográficas no canteiro de obras e nas portarias de edifícios ou roçadas indiscretas nos vagões do metrô (não, os vagões cor de rosa não são a solução) correndo-se o risco de ter a roupa maculada por secreções alheias, não é boa ideia. Perdi a conta de quantas vezes, ao fazer a gentileza, apenas gentileza, porque mamãe e papai me deram educação, de abrir o portão da portaria de meu prédio para moçoilas passarem primeiro, recebi como resposta o nariz empinado, o silêncio obsequioso, a cara virada, como se o meu gesto não fosse mais do que uma obrigação ao, agora, sexo forte.

Antes, abrir a porta do carro ou do prédio era sinal de educação para com o sexo delicado, mas agora, como não é de bom alvitre chama-las de delicadas, porque não o são mesmo e a delicadeza sempre foi argumento para relegar as mulheres ao domínio da casa, gestos delicados são agressões ao empoderamento feminino. É tudo muito esquisito. A afirmação da identidade feminina implica, para essas mulheres de “personalidade forte”, na submissão do homem à sua vontade, como um serviçal. Tudo é potencializado, digo, a má-educação, no caso daquelas que saem para malhar na academia com a roupa justa ao corpo, revelando, para nossa sorte, benzadeus, seios espetaculares e bumbum durinho. Elas sabem que o tarado potencial que habita todos os homens do universo está à espreita.


Pronto, olha meu chauvinismo atávico dando as caras. Ah, mas falar do garotão saradão com barriga tanquinho e vangloriar-se de ter comido o peguete do final de semana cujo membro viril faz inveja ao Kid Bengala, objetificar a os meninos, pode né? 


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