Depoimento leopoldino

Depoimento verídico de Leopoldo José: “Olha, eu não sou adepto deste nacionalismo babaca, mas o fato de ser louro me deu certa vantagem sobre meus competidores na feirinha de adoção. Tinha gente na fila pra me levar pra casa. Sorte do menino que veio a ser meu pai adotivo, o Miguel. Eu era muito pequeno, me levaram numa caixa de papelão e eu caguei tudo, de medo, sabe? Eu estava com um machucado na pata e minha nova família me levou no veterinário, o cara lá me enfiou uma agulha, eu gritei insanamente, e eu acho que o grito fez a dor parar. Antes de me castrarem, eu não deixava minha irmã Guilhermina em paz, ficava tentando possuí-la (ui!) na marra, mas ela rosnava, ficava p da vida, não queria mais saber se sem-vergonhice, tadinha, perdeu a libido. Hoje, eu sou grande, esbelto, me exibo pra câmera, continuo enchendo o saco das minhas irmãs mais velhas, a Guadalupe me dá cada patada que benzadeus. Adoro comer, fico miando fininho (reflexo da castração...) pra chamar a atenção do humano de plantão. Areia tem que ser limpe todo dia se não me vingo no tapete do banheiro. Cinco da matina estou de pé, quer dizer, de quatro. Vovô e vovó sabem muito bem o que isto significa. Enfim, cansei de falar, quer dizer, miar. Amanhã a gente continua o bate-papo. 


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