Poucos homens tiram o fôlego de minha esposa, tirante
este escrevinhador, por suposto. Um deles é, sem dúvida alguma, Fitzwilliam Darcy,
mais conhecido nos círculos femininos (e certos masculinos também, desconfio)
como Mr. Darcy, o herói de “Orgulho e preconceito”, romance escrito por Jane
Austen há mais de dois séculos. Charmoso e muito rico, ele é inicialmente
rejeitado pela mocinha Elizabeth Bennet, que o crê arrogante e esnobe. Isso até
descobrir que Mr. Darcy é generoso, corajoso e muito apaixonado.
Em 1995, a rede britânica BBC adaptou o
romance para a televisão, escolhendo como intérprete de Mr. Darcy o ator inglês
Colin Firth. Firth tornou-se sex symbol a partir daí, identificado com o
personagem, sobretudo após a cena em que mergulha no lago e deixa transparecer a
camisa branca molhada. Sim, o aristocrata fleumático é o homem que muitas
mulheres (e homens, também desconfio) sonham para dividir a alcova, viril e
sensível. Nada de metrossexual, nada de hipster da Federal. Coube a Mr. Darcy uma
das mais famosas declarações de amor da literatura inglesa: “Em vão tenho
lutado comigo mesmo, mas nada consegui. Meus sentimentos não podem ser
reprimidos; preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo
ardentemente”.
Pois bem. Ontem, a digníssima
senhora me mostra um foto de Mr. Darcy/Colin Firth na tela do celular. Exclamo “Ah,
Mr. Darcy!”, ao que Miguel pergunta de quem se tratava. Digo a ele que é um cara
que a mamãe adora.
- É o homem mais bonito do mundo,
ela grita lá da sala.
O rapazola, então, emenda de
bate-pronto:
- Mas eu não me chamo Mr. Darcy!
E dá um sorriso de canto de boca.
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