A mãe do Miguel

Neste último final de semana, morri de rir com a chamada de uma matéria d’O Globo: “Mesmo sem ‘inverno glacial’, cariocas usam luvas, gorros e até aquecedor”. Havia a possibilidade de a cidade do Rio de Janeiro registrar as tardes mais frias do ano, com temperaturas variando entre terríveis dezenove e vinte e um graus. No sábado, dois amigos do Miguel foram lá pra casa e, bem de acordo com o espírito alpino que fingimos compartilhar nestes dias mais frescos, a mãe do Miguel resolveu fazer um “fondue au fromage” que fez bastante sucesso inclusive com o amigo francês, cujo paladar acostumado aos melhores queijos e baguetes poderia muito bem esnobar a versão tropical, embora preparada com todo o esmero. O pequeno gaulês curtiu a focaccia caseira feita também pela mãe do Miguel, mais até do que a baguete, esta sim comprada no mercado a peso de ouro. Na manhã de domingo, o banquete continuou. Só havia dois waffles no congelador e três boquinhas nervosas. A mãe do Miguel, então, decide oferecer panquecas feitas na hora, “made from scratch” como diriam os ingleses, com geleia de framboesa, gotas de chocolate, requeijão ou uma singela manteiga. Sabe como é, no inverno a fome aumenta.


Todos bem alimentados, hora de brincar e gastar as calorias. Isto inclui, é claro, a mãe do Miguel. Afinal, não basta ser mãe, tem que participar...




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