Sábado passado, o Flamengo venceu o Vasco em plena
cancha de São Januário, naquela que os cruzmaltinos gostam de chamar de “colina
histórica”. Fazia quatro décadas que o urubu não vencia ali, portanto, o magro
placar de um a zero foi saboreado como uma autêntica goleada. Fui dormir na vice-liderança do Campeonato
Brasileiro.
No domingo, lindo dia de sol, fomos lagartear no
Aterro do Flamengo. Perto de nós, no campo de terra batida, os peladeiros de
final de semana se digladiavam descarregando a testosterona em quantidades nada
desprezíveis de palavrões. A fumaça da churrasqueira improvisada era
acompanhada de músicas de qualidade duvidosa, até que...
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
Flamengo sempre eu hei de ser.
É o meu maior prazer, vê-lo brilhar.
Seja na terra, seja no mar.
Vencer, vencer, vencer!
Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer.
Isso sim era música para nossos ouvidos. O hino seguiu
até o fim, “Flamengo até morrer eu sou!”, e eu cantando junto, sob os olhares
desdenhosos de Renata e indiferentes do Miguel. Digo, então:
- Fico com vontade de chorar só de ouvir esse hino.
Ao que a botafoguense despeitada provoca:
- Eu também, embora por motivos distintos...
E Miguel cai na gargalhada. Só não sei se ria da minha
cara ou da piada de mau gosto da mãe.
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