Na cozinha, a tia gozadora, sentindo um cheiro
esquisito pairando no ar, e que definitivamente não era do cozido à portuguesa que
a avó preparava com tanto esmero, pergunta quem havia soltado um mal-cheiroso
pum. Todos, em uníssono, negam a autoria, apesar da presença do avô,
historicamente um peidorrento contumaz. Resolvo perguntar à minha sobrinha se
era a culpada, e ela, com semblante sério, responde que não, que não havia sido
ela. Insisto na pergunta e peço para que a moleca mostre as palmas das mãos,
advertindo-a de que, ao menor sinal de cor amarela, estaria condenada. Ela,
ainda séria, acreditando realmente que soferia alguma punição, mostra as duas
palmas e, ufa, nada de cor amarela. Não satisfeita, resolve levantar a saia e
baixar a calcinha, na frente de todo o mundo, provando por “a” mais “b” que não
havia vestígios concretos de cocô, xixi ou pum que a desabonasse frente à
família, já é mocinha e sabe muito bem que lugar de fazer porcaria é no
banheiro e de porta fechada.
Vai encarar?
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